Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo- argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema “o estabelecimento do sistema de cotas nas universidades públicas brasileiras”, apresentando experiência ou proposta de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TRECHO 1
Uma vaga em uma universidade pública é um bem público, que deve ter o melhor uso possível. O exame criterioso de sua ocupação se impõe de forma irrevogável. É urgente responder à seguinte pergunta: As universidades públicas podem desenvolver políticas de inclusão social para atender aos justos anseios sociais?
O estabelecimento de cotas, raciais ou de escola pública, parece responder afirmativamente a essa pergunta. Como tem sido implementada, no entanto, essa solução destrói o princípio do mérito acadêmico, fundador e mantenedor da milenar instituição universitária. Uma segunda pergunta, então, se impõe: Sem atentarmos para o princípio do mérito, ainda é possível pensar em inclusão social e racial no ensino superior público?
ARAÚJO, A. E. A. de. Muito além da reserva de vagas.
Diversa - Revista da Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, n. 2, 2003. p. 36.
TRECHO 2
É preciso que se criem condições para o pleno cumprimento do inciso IV do artigo 3º da Constituição brasileira: “Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. E a reserva de cotas na universidade aparece como uma política pública compensatória de caráter afirmativo para eliminar o estigma social da origem da população negra e acelerar seu acesso a todos os quadros da hierarquia social de forma equitativa e proporcional. Dificuldades operacionais devem aparecer durante a implantação do sistema, mas elas são próprias de iniciativas que propõem mudanças efetivas na sociedade.
VOGT, C. O papel estratégico das cotas. Folha de S.Paulo,
São Paulo, 7 mar. 2003. Caderno Opinião, p. A3.
TRECHO 3
Seria um equívoco se a adoção de cotas para negros nas universidades brasileiras tivesse por objetivo apenas resolver uma injustiça histórica. A universidade não é boa para isso, até porque essa não é sua função. De nada adianta adotar o regime de cotas na universidade, se a escola elementar e a escola média continuarem na indigência em que se encontram. A decadente qualidade de ensino nesses níveis de escolarização é que constitui uma das principais fábricas de injustiça social neste país, e não só de injustiça racial. A porta dos fundos não fará justiça a ninguém.
Os alunos que são barrados no vestibular não o são por sua raça. Eles o são, negros ou brancos, porque não atingem o nível mínimo e básico de conhecimento para ingressar na universidade. Seu destino é decidido na precária escolaridade prévia que os inabilita para seguir adiante. A escola deficiente é apenas o reflexo de outras muitas injustiças próprias de um país em que ainda há trabalho escravo. A crônica degradação geral das condições de vida de grande parcela da população não será corrigida com o regime de cotas.
MARTINS, J. de S. Cota para negros na universidade. Folha de S.Paulo, São Paulo, 25 maio 2003. Caderno Opinião, p. A3.
Instruções:
• Seu texto tem de ser escrito à tinta, na folha própria.
• Desenvolva seu texto em prosa: não redija narração, nem poema.
• O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado texto em branco.
• O texto deve ter, no máximo, 30 linhas.
• O Rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.